A ideia repete-se tantas vezes que parece verdade, mas não é.
A fotogenia não é um dom
Não depende de genética, nem de sorte, nem de ter "o lado certo".
Depende, acima de tudo, de conforto e orientação.
Muitas pessoas acham que não ficam bem nas fotografias porque nunca estiveram diante de uma câmara com alguém a guiá-las. Não sabem onde pousar o olhar, como posicionar o corpo ou como deixar a expressão respirar.
Sem direção, o mais natural é surgir uma expressão rígida ou um sorriso amarelo.
E isso tem pouco a ver com a pessoa e muito a ver com o processo.
O que costuma faltar não é beleza
É consciência.
É saber reconhecer quando a expressão está tensa, quando a cabeça está demasiado inclinada, quando o sorriso não envolve os olhos ou quando o corpo está fechado.
Expressão tensa
Cabeça demasiado inclinada
Sorriso que não envolve os olhos
Corpo fechado
Este tipo de detalhes não é intuitivo. Aprende-se.
E quando se aprende, a mudança é visível.
Quando acontece a fotogenia
Quando existe ligação.
A fotogenia acontece quando existe ligação entre quem está a ser fotografado e quem está atrás da câmara.
Quando a pessoa deixa de "fazer pose" e começa, simplesmente, a estar presente.
Quando o sorriso que surge é verdadeiro.
Quando a expressão não é completamente forçada.
É neste momento que o rosto ganha vida.
As fotografias que pareciam impossíveis começam a aparecer.
A melhor prova
De que a fotogenia é um mito.
É a experiência de quem entra num estúdio a dizer que nunca fica bem e sai super contente com o resultado da sessão fotográfica.
Não porque mudou de rosto, mas porque teve espaço, tempo e direção para se ver de outra forma.
Ser fotogénico não é algo que poucos têm
É algo que qualquer pessoa pode revelar quando se cria o ambiente certo.
A câmara não procura perfeição. Procura autenticidade.
E essa está sempre lá.

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